Quando estamos com a mente sobrecarregad, nervos à flor da pele; quando todos parecem incomodar-nos,... nesses momentos, o grito aparece como a única arma para nos fazermos ouvir.
Ledo engano! O grito é o combustível que fará com que uma grande fogueira se acenda, quando não é o estupim para um desastre.
Mas que fazer se o Homem é assim tão explosivo? Se é mais fácil falar alto, abafar o outro. fazer-se obedecer, mesmo sem ter razão? É difícil calar-se, e também é difícil calar o pensamento, quando se tem certeza dos fatos que nos rodeiam. O pensamento fala alto. Tão alto que faz doer o coração!
E que dor desatinante é aquela da injustiça, daquela causada pela humilhação, quando se tem de sorrir quando se quer chorar, quando se tem de chamar de amigo ao que te apunhala, quando ofereces a mão para aquele que te apedreja, quando beijas aquele que te cospe.
Mas é assim que, nos momentos de maior tristeza e dor, quando consideramos que já não há chão sob nossos pés, que devemos levantar a cabeça, olhar firme para a frente e para cima, e compreender - e assimilar - o valioso (e difícil) ensinamento de Jesus quando nos fala que devemos dar a outra face quando somos esbofeteados, que devemos amar nossos inimigos (afinal, amar os amigos é fácil).
É nesses momentos que devemos colocar nossa inteligência em ação; buscar uma reflexão que nos eleve, que nos console e que, principalmente, deixe-nos com o coração leve e livre de mágoas, pois elas também são combustível.
Através da idéia, do pensar, do amar sublimemente, desabafar... e procurar, mesmo no outono ou no inverno, ver sol e flores.